20091029

Neca Preto, tem 65 anos. Está bêbado, à mesa com o seu amigo
policia-fadista, Óscar. Confessa-se criminoso. Perguntas à pj e toda
a gente me conhece. Foi mercenário de guerra, obrigado, e tem
um filho de 32 anos sem as duas pernas e um braço. Acidente,
diz Óscar. Tosse convulsivamente e cospe para um lenço. É um
homem revoltado mas não pede nada ao estado. Manda vir mais
uma garrafa de vinho, do outro porque deste já não há, que
oferece insistentemente à mesa vizinha, cheia de jovens estrangeiras.
Óscar repete que se cale. Canta-se o fado.

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